Cinema-teatro, com jeitinho brasileiro
Ele é a história de Antônio de Dona Nazaré (interpretado pelo sobrinho do diretor, Gustavo Falcão) que, devido a fenômenos sobrenaturais, é nomeado ‘filho do tempo’. Em uma cidade esquecida no mapa do Brasil, Antônio vê seus 12 irmãos mais velhos partirem em busca de horizontes, mas a paixão pela bela Karina (Mariana Ximenes), que sonha em ser atriz e fugir da cidade ao completar 18 anos, o mantém pregado à sua raiz. Na tentativa desesperada de trazer o mundo para sua amada, ao invés de deixá-la perseguí-lo, Antônio declara, em um programa sensacionalista na TV, que pode provar que tem o poder de se transportar pelo tempo para ver o prazo de validade do mundo onde vive. Caso não o consiga, oferecerá sua vida. O diretor assume que gosta de trabalhar com pessoas conhecidas, seja de sua família ou de trabalhos anteriores, como os atores Wagner Moura e Lázaro Ramos. E acerta na escolha.
Ganhador de prêmios como melhor filme de ficção, trilha sonora, atriz e roteiro no I FestCine Goiânia, promovido pela Secretaria Municipal de Cultura da região; e melhor filme de ficção eleito por júri popular do Festival do Rio, o filme participou de mostras competitivas como Premiére Brasil, Mostra internacional de Cinema de São Paulo e Festival de Tiradentes, em Minas Gerais. Sua produtora, a Diler Trindade & Associados, tem como acionista majoritário o empresário Diler Trindade, que, segundo a revista americana Vanity Fair, é um dos dez produtores mais promissores do mundo. Produtora que contabiliza mais de 24 longas-metragens lançados, assistidos por 24 milhões de espectadores, A Máquina é o primeiro em busca do cinema arte, após produzir infantis campeões de bilheteria, protagonizados por Xuxa e outros apresentadores globais. Diler acredita que o Brasil tem desprezo pelo cinema popular, ao contrário dele, que gosta tanto deste cinema, que dá o nome de mortadela, como do cinema caviar. Filme poético, filosófico e inovador que, ao mesmo tempo, entretém com as emoções conhecidas de uma história de amor e fantasia, A máquina consegue ter um sabor raro: meio mortadela, meio caviar.
Marília Almeida